O mundo não tem linhas divisórias. Alguns criam muralhas e cercas para delimitar regiões, mas para quem vê o mundo natural, as barreiras mais difíceis de transpor são as políticas e não as geográficas. Foi por isso que quis começar a expedição no local onde definimos que o mundo se divide em norte e sul.
Uma das coisas que mais me atrai em viajar é o conhecimento que podemos adquirir simplesmente por estar em um lugar. Sempre que posso leio um pouco sobre os destinos antes de chegar lá. E o Equador não foi diferente.
Foi uma expedição cientifica internacional liderada pelo geógrafo Charles Marie de La Condamine durante os anos de 1736 e 1739 que definiu o local que dividia o globo terrestre em duas partes iguais, o equador, uma palavra que vem do latim aequator e que significa “ o que iguala ou o que nivela” . A expedição percorreu a região ao redor de Quito, que naquela época pertencia à Gran Colombia, um império que era formado pelo que hoje conhecemos como Venezuela, Colombia e Equador além de partes do norte do peru e América central.
Quando o Equador se separou da Gran Colombia recebeu o nome de Republica do Equador. É A partir da linha do Equador que inicia a numeração da Latitude, as linhas imaginarias horizontais numeradas, em graus, de 0 no equador e 90 nos polos Norte e Sul. Juntamente com a Latitude, que são linhas verticais que começam na Inglaterra e dividem o globo em 180 graus ou linhas para o Leste e Oeste temos o par de coordenadas espaciais que nos permitem localizar qualquer ponto do planeta. As latitudes acima do Equador são Positivas e as que ficam abaixo negativos. A longitude que fica à esquerda da longitude 0 são negativas e as da direita positivas.
Munido de um dispositivo de GPS podemos saber com precisão qual a localização de qualquer ponto do planeta.
Esse sistema de coordenadas parece confuso, mas não é. A avenida Paulista 1578, endereço do Museu de Arte Moderna de São Paulo é um endereço de rua que equivale à latitude -23° 33′ 41.9276″ sul e a Longitude -46° 39′ 21.6623 Oeste.
Experimente entrar no google maps (www.maps.google.com) e na linha de busca colocar -23° 33′ 41.9276″ -46° 39′ 21.6623” . ele nos mostrará exatamente o local do museu.
A Viagem começa
Cheguei em Quito por volta das 22:00 e uma semana depois da inauguração do novo aeroporto da capital. O antigo ficava a 8 Km do centro da cidade. O novo a quase 40 Km. Quito fica numa elevação de aproximadamente 2.700 m e o novo aeroporto a 2400. Mas a impressão que se temé que ele fica mais alto. A viagem dura de uma a duas horas dependendo do transito. Fizeram o aeroporto e esqueceram de fazer a estrada adequada. Na maior parte do trajeto, uma estrada estreita e perigosa acaba se afunilando numa ponte que causa enormes engarrafamentos para quem chega ou parte da capital.
Você paga US$ 28 de taxi para o centro da capital. Escolhi um hotel que sabia não ter muitas estrelas, eu diria até que tinha um céu nublado como qualificação, mas sua localização era excelente. No centro histórico e permitia visitar a pé todas as atrações da capital.
Cansado depois de uma viagem longa, cheguei e fui dormir. No dia seguinte andei pelo centro antigo e a praça das armas, onde fica o palácio do governo foi o local onde passei boas horas vendo as pessoas passarem, pararem para conversar, ou simplesmente descansar nos bancos da praça.
Com sua arquitetura colonial espanhola a capital é realmente encantadora do ponto de vista arquitetônico.
A noite o destino certo de quem quer passar algumas horas desfrutando da hospitalidade da capital é o bairro chamado La Ronda que abriga a maior parte dos restaurantes do centro antigo.
Mas para ter a melhor vista do centro, a noite, fui num restaurante chamado Vista Hermosa Café Mirador que fica na rua Mejia Oe4-45 quase esquina com a calle Garcia Moreno.
De lá dava para ver a praça de armas de um ponto de vista único.
Foi com essa visão que minha segunda noite em Quito terminou. No próximo post você verá como é descer as encostas de um vulcão de bicicleta e conhecer o local da latitude zero.